A IMPORTÂNCIA DO REGISTRO E DA SISTEMATIZAÇÃO NA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
Todos sabem que o ato de registrar é primordial para o sucesso de toda e qualquer ação pedagógica, pois é através do registro que se torna possível a sistematização das ações cotidianas, Sem a sistematização, não há diagnostico, não há seqüência, não há acompanhamento e muito menos a visualização e divulgação dos resultados e sem resultados como podemos falar em credibilidade de uma respectiva ação.
No trabalho da Orientação educacional mais importante que registrar é o ato de sistematizar todas as informações pertinente ao trabalho do Orientador, o que viabilizará o direcionamento do seu trabalho ao objetivo que se pretende alcançar. Só mediante a sistematização é que o Orientador poderá acompanhar de fato o desenvolvimento dos alunos durante o bimestre, semestre e anos consecutivos, pois ao terminar um ano e iniciar outro não se deve atuar ignorando o ano anterior e sim dá seqüência a todo o trabalho realizado. O registro e a sistematização deverão possibilitar um levantamento de dados, viabilizando um olhar global e ao mesmo tempo individualizado das ações trabalhadas.
Não podemos esquecer que se tratando da Orientação Educacional o ato de sistematizar está normatizado em lei como uma atribuição do Orientador Educacional. Como podemos observar a seguir:
Art. 8º - São atribuições privativas do orientador educacional:
f- Sistematizar o processo de intercâmbio das informações necessárias ao conhecimento global do educando.
(Regulamentação a lei nº 5.564 de 21 de dezembro de 1968, que prove sobre o exercício da profissão de orientação educacional.)
Há várias formas de se tabular os registros e informações da Orientação, uma maneira bem simples que Orientador Educacional pode estar fazendo é a tabulação por série e por turno, por exemplo: 6º ano- matutino - quantas intervenções foram realizadas, e o porquê, houve solicitação? Quantas sessões coletivas foram realizadas, quais foram às temáticas abordadas, qual foi o resultado, quantos alunos foram encaminhados, quem os encaminhou? Quantos foram atendidos, (não se esquecendo de registrar os nomes dos alunos, os motivos dos encaminhamentos e os resultados). Quais os alunos que se fez necessário solicitar a presença dos pais, quanto e quais os pais que visitaram a escola. Quais os alunos que foram advertidos, oralmente por escrito e suspensos e porque foram tomadas estas medidas (registrar as seqüências dos fatos), em fim, todas as ações realizadas naquela turma, o mesmo deverá ser feito em todas as turmas, depois você poderá tabular as outras ações realizadas pela OE, como reuniões, eventos, conselhos de classe, orientação profissional, enfim tudo que o Orientador vem desenvolvendo na escola. Esta tabulação deverá ser feita impreterivelmente todos os finais de ano e ser arquivado em um só documento que poderá ser condensado, assim o orientador terá maiores condições de avaliar o seu trabalho, assim como repassar para a equipe escolar , dados concretos e preciso do seu trabalho, proporcionando uma avaliação coletiva, fator fundamental para o sucesso da escola.
Todos esses levantamentos poderá ser convertido em um levantamento estatístico, em percentuais, por exemplo quantos % de alunos do matutino, vespertino e noturno foram encaminhados, quais foram os motivos, por exemplo quantos % dos alunos encaminhados por indisciplina, pela não realização de tarefas, não uso do uniforme e etc., quantos por % de alunos do sexo masculino foram encaminhados e do sexo feminino e seus respectivos motivos. Enfim os dados deverão ser tabulados respaldados nos critérios de atuação da OE. Estes dados certamente serão um instrumento valioso para escola, no sentido de planejamento e redirecionamento da prática pedagógica, viabilizando ações respaldadas em dados concretos, desta forma o Orientador Educacional estará compartilhando com toda a equipe escolar os resultados do seu trabalho, viabilizando maiores condições para que a mesma compreenda a essência da OE e conseqüentemente o Orientador estará conquistando maior credibilidade, condição indispensável o estabelecimento de parcerias.
Não há necessidade de tabular bimestralmente por série, no entanto, se faz necessário fazer um levantamento das ações realizadas, o que foi feito em quantidades e resultados, podendo ser feita de uma forma geral. Semestralmente se faz importante tabular por série uma vez que o Orientador já apresenta bastantes dados do seu trabalho. É importante ressaltar que durante o ano letivo os dados não sigilosos deverão ser repassados para a equipe pedagógica e professores, contribuindo assim para uma avaliação e uma prática pedagógica voltada para o contexto de vida em que o aluno está inserido, portanto mais justa.
Outro assunto de muita importância para o sucesso do trabalho do Orientador que não podemos deixar de mencionar e que em muitos casos não é dado a merecida atenção por parte de alguns Orientadores se diz respeito a divulgação do trabalho da Orientação Educacional.
E notório a realização de trabalhos e projetos interessantíssimos pela Orientador, que vale a pena serem compartilhados, no entanto os mesmos não divulgados nem mesmo na própria escola em que se atua. Uma fala muito comum entre os Orientadores Educacionais é que se trabalha muito nos bastidores, o trabalho realizado nos bastidores tem os seu valor, no entanto, é muito importante que o Orientador Educacional, divulgue suas ações, isso favorecerá a indispensável formação de parceria com a equipe pedagógica, professores e alunos, assim como uma maior compreensão dos objetivos e fundamentação da OE, sem falar que quando o corpo docente e discente conhece de fato o trabalho do Orientador Educacional, percebe-se uma maior credibilidade e interação uma vez que não nos sentimos atraídos a colaborar com aquilo que desconhecemos.
O Orientador Educacional poderá está divulgando o seu trabalho de várias formas, como por exemplo em murais informativos, onde poderá estar sendo exposto fotos, relatórios e boletins informativos bem como o percentual dos resultados do trabalho. O boletim informativo é uma forma bem interessante de divulgar o trabalho do Orientador, podendo aproveitar o espaço para dicas de estudo e relacionamento intra e inter pessoal, esse boletim deve ser de uma linguagem simples e objetiva, além de um aspecto alegre e colorido, os mesmos deverão ser distribuídos para os professores, representantes de turmas, em reuniões de pais, para o Orientador da DRE e SEDUC-Sede.
Acreditamos que desta forma haverá uma transparência maior das ações da O.E e conseqüentemente um maior envolvimento; é preciso que orientador deixe “marcas” por onde passa, marcas estas traduzidas em ações que reflita credibilidade na educação e confiança em dias melhores para as nossas crianças, jovens e adolescentes, enfim em uma sociedade mais justa e fraterna.
O respeito mutuo é conquistado mediante o estabelecimento de um vinculo de confiança e cumplicidade com o outro. É preciso fortalecer a imagem e leitura do que realmente representa a Orientação Educacional no contexto pedagógico, mediante a ação de um profissional dinâmico e proativo, e que acima de tudo prima e contribui para uma prática de ensino qualitativa portanto, reflexiva, planejada, direcionada sistemática, contínua, coletiva e essencialmente humana.
Ismeni Lima de Moura
Orientadora Educacional
Você, professor
Tudo o que você precisa saber sobre os direitos de crianças e adolescentes.
Alguns professores e diretores não conhecem bem o Estatuto da Criança e do Adolescente e correm o risco de desrespeitar os direitos dos estudantes. Nesta matéria, você poderá tirar suas principais dúvidas sobre o que pode e deve fazer para que os alunos sejam tratados com respeito. E alguns gestores contam como solucionaram problemas sérios.
Agnes Augusto e Arthur Guimarães
A lei que trata da proteção a crianças e jovens completou 18 anos em julho. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) trouxe avanços em relação ao Código de Menores, que se baseava em punições aos que, com menos de 18 anos, entravam em conflito com a lei. O ECA leva em consideração os direitos dos jovens e atribui penalidades a quem os desrespeita.
Professores e pais têm de garantir esses direitos. E é isso que assusta! Como agir quando chega à escola um estudante deficiente e não há condições de atendê-lo em suas necessidades especiais? O que fazer quando um aluno nos agride?
Conversando com especialistas, procuramos esclarecer as principais dúvidas para ajudar professores e diretores a enfrentar problemas como esses. Ouvimos também educadores que já lidaram no dia-a-dia com questões relacionadas ao ECA. Por vezes, algo que gera mal-estar pode ser resolvido pela escola. Em outras, é necessário pedir ajuda ou orientação ao Conselho Tutelar (CT) ou ao Ministério Público (MP).
1. A escola pode recusar matrícula de criança com deficiência física ou mental?
Não. A escola deve matricular a criança e procurar se adaptar e capacitar seus professores o quanto antes. Algumas medidas podem ajudar no primeiro momento, como a colocação de rampas para quem usa cadeira de rodas; o uso de faixas coloridas nas paredes ou impressos maiores (apostilas, placas etc.) para os que têm visão abaixo do normal. Se o pai considerar que as necessidades do filho não estão sendo atendidas pode denunciar a escola. Nesse caso, o diretor terá de explicar se existe intenção de tomar as providências necessárias. Em caso afirmativo, a escola se compromete por escrito a realizar as alterações em determinado período, durante o qual não pode sofrer processo judicial. Se o pacto não for cumprido, o promotor entra com ação na justiça. Quando a escola não quer fazer o acordo, o MP pode: levar o caso a promotoria criminal, entrar com ação judicial para garantir o acesso da criança à escola ou arquivar o processo se der razão à escola.
2. A escola pode recusar a matrícula se suas classes estiverem superlotadas?
Não. A escola deve providenciar a estrutura necessária para atender o novo aluno. Se depois disso a equipe concluir que recebê-lo é realmente impossível precisa buscar junto com os pais outra escola. Se o problema da falta de vaga persistir e a família insistir em matricular o filho naquela unidade, a escola deve se garantir comunicando ao MP que procurou todas as soluções possíveis. Assim, a superlotação não é uma falha da escola, mas do poder público, que não oferece vagas suficientes. A partir daí, o promotor busca solução extrajudicial ou abre inquérito para cobrar do poder público mais vagas ou ampliação do espaço físico da unidade. A possibilidade mais imediata é o juiz conceder liminar garantindo a presença do aluno na sala de aula ou a contratação de mais professores. A promotoria só entra com ação quando, apesar das medidas já tomadas, houver resistência do poder público em garantir o acesso do estudante à escola.
3. Se um aluno que cumpre medida sócio-educativa for discriminado ou exposto à zombaria dos colegas a escola pode ser processada?
Não. Em caso de processo com autor identificado, o acusado é sempre uma pessoa física e não a escola como instituição. Muitas vezes é o próprio adolescente que divulga sua situação como forma de amedrontar alunos e professores. O crime só acontece quando o jovem é submetido a vexame ou constrangimento seja por diretores, professores, funcionários ou até pelos pais. Se não for possível identificar quem divulgou a informação não há como responsabilizar alguém. Os professores precisam promover o debate da questão para evitar o preconceito e dar exemplo de respeito. Só assim é possível exigir dos demais respeito pelo colega. É necessário ainda dizer ao aluno que ele tem direito de não contar aos colegas sobre sua condição.
4. Revistar o aluno por suspeita de roubo é uma forma de constrangimento?
Depende. Revistar a mochila de um único estudante é uma forma de constrangimento. Se, ao contrário, o professor pedir a todos que estiverem na classe que olhem a própria bolsa e verifiquem se, "por engano", não estão com o objeto desaparecido do colega, dificilmente se caracterizará situação vexatória. O bom senso deve prevalecer sempre.
5. Se a criança não vai à escola por falta de transporte, a escola é obrigada a fornecê-lo?
Não diretamente. Se a deficiência de transporte chega ao MP, o órgão abre uma ação civil pública para garantir àquela criança condução até a escola.
6. Se a criança falta muitos dias sem justificativa, a escola precisa comunicar o CT?
Sim. Os diretores de escolas de Ensino Fundamental devem avisar o CT depois que tenham feito tudo o que estava ao seu alcance, como se informar sobre o motivo das faltas com os pais e os colegas ou mandar um mensageiro até a casa do estudante para saber o que está acontecendo. A escola não é obrigada por lei a provar que medidas já tomou. Ela pode, simplesmente, indicar o nome do aluno ausente e a quantidade de faltas. Para agilizar o processo, tanto o CT como o MP orientam os diretores a apresentar um histórico com todas as providências já tomadas. É importante também que a escola informe os pais ou responsáveis de que manter a criança na escola é um dever legal e, se não o cumprirem, poderão responder perante o Juízo da Infância e da Juventude. Em situações extremas, a conduta dos pais pode configurar crime de abandono intelectual.
7. Se o aluno faltar às aulas por sofrer maus tratos, trabalhar ou por motivos religiosos a escola deve entrar em contato com o MP?
Sim. O promotor pode garantir o retorno da criança à sala de aula. Se os pais não deixarem o filho ir à escola, correm o risco de ser responsabilizados e até de perder o poder sobre a criança. É dever da escola conscientizar a família sobre o direito da criança à educação. Não deve haver preocupação com relação ao embaraço perante os pais. O comunicado ao MP ou ao CT pode ser feito anonimamente. Nesse caso, o ideal é a escola produzir relatório pedindo sigilo.
8. A escola precisa de provas para denunciar que uma criança sofre maus tratos em casa?
Não. A denúncia deve ser feita mesmo que só haja indícios — marcas pelo corpo ou comportamento fora do normal. A escola deve informar esses casos ao CT. Se não fizer isso comete uma infração administrativa. Se o diretor se sentir intimidado pelo agressor da criança pode abrir mão de dialogar com a família e encaminhar o problema diretamente ao CT ou acionar o MP. No entanto, o professor que tem a confiança da criança pode obter informações importantes em uma conversa. Além disso, há o recurso da denúncia anônima, desde que a escola registre o fato e peça sigilo em relatório.
9. Casos de violência entre alunos ou entre alunos e professores devem ser denunciados?
Depende. As agressões entre alunos têm de ser resolvidas inicialmente com ações pedagógicas. Além de orientar o aluno agressor e aplicar a ele a pena prevista pelo estatuto da escola, é preciso alertar os pais. Se o problema não for resolvido dessa maneira, parte-se para o CT. Quando os casos são mais graves — lesão corporal, injúria, calúnia — e o aluno apresenta um comportamento anti-social constante, a escola deve fazer um boletim de ocorrência na delegacia. Encaminhado ao MP, o adolescente é ouvido pelo promotor de Justiça, que decide pelo arquivamento do processo (quando não há qualquer indício do fato ou da autoria), pela remissão (perdão, dependendo das circunstâncias) ou pela representação (processo perante o Juízo da Infância e Juventude para aplicação de medida socioeducativa — que pode ser uma simples advertência, reparação do dano ou internação). Essas medidas só se aplicam ao adolescente com idade entre 12 e 18 anos. Se o agressor for criança, a escola deve encaminhar o caso ao CT. É importante reforçar a diferença entre ato infracional — crime ou contravenção penal — de ato de indisciplina, que se caracteriza pelo descumprimento das normas fixadas pela escola. Nesse caso, só cabem soluções no âmbito escolar, não sendo aconselhável encaminhar o problema a órgãos públicos.
10. Um professor ou um funcionário da escola que se envolver numa briga entre alunos pode ser processado?
Sim. É difícil diferenciar a pessoa que só entrou na briga para separar os estudantes da que tenha participado da agressão. Por isso, é recomendável que o professor ou o funcionário da escola se amparem no relato de pessoas que presenciaram o incidente. Cabe ainda ao professor buscar os motivos que levam os jovens a agir dessa forma, tentar eliminar as causas do problema e tratá-los com respeito e dignidade. Responder à agressividade do adolescente com agressividade como forma de proteger a si mesmo ou aos demais alunos não é a melhor saída.
11. A escola pode suspender um aluno?
Não. O aluno tem o direito de freqüentar a escola e ninguém pode impedi-lo. Hoje, a suspensão de estudantes às aulas é uma violação legal, já que o ECA prevê o direito à educação. Mesmo que a escola ainda adote essa prática ela não pode negar ao aluno a oportunidade de fazer as avaliações, em primeira chamada. É possível aplicar a prova em sala reservada, no mesmo horário que os colegas. A escola decide qual o local mais adequado — outra classe, a sala da coordenação ou a biblioteca, por exemplo. (Art. 53, inc. V - ECA)
12. A escola pode pedir para o aluno se retirar (voltar para casa) se perceber que ele está armado, drogado ou portando drogas?
Não. O procedimento adequado é, primeiramente, conversar com o estudante, de preferência nos intervalos para evitar constrangimento. Depois, o fato deve ser comunicado à direção e os pais do aluno, chamados à escola. Se o estudante for menor de 12 anos, um representante do CT precisa ser convocado. É essa pessoa que dará os encaminhamentos legais. Se o estudante for maior de 12 anos, a polícia deve ser chamada.
13. O professor pode chamar a polícia se for agredido pelo aluno?
Sim. Porém, antes disso, o fato deve ser comunicado ao diretor, pois é ele quem tomará as providências adequadas. Se a agressão for grave, os pais do estudante devem ser comunicados. Caso o jovem tenha menos de 12 anos, é obrigatória a convocação de um representante do CT. Se o aluno for mais velho, a polícia pode ser chamada para fazer boletim de ocorrência. A escola, com ajuda da secretaria de educação deve abrir uma sindicância para esclarecer o contexto do desentendimento.
14. A escola pode expulsar um aluno por inadimplência?
Não. A escola é proibida de interromper a prestação de serviço durante a vigência do contrato, que é anual. É contra a lei também comunicar a pendência financeira do estudante aos professores, para evitar constrangimentos e preconceitos. Ao término do contrato, a escola tem o direito de não renovar a matrícula do aluno e de entrar na Justiça para tentar recuperar eventuais danos financeiros.
A quem recorrer
Em cada cidade do Brasil, pode-se procurar inicialmente as secretarias municipal e estadual de Educação, os conselhos municipal e estadual dos direitos da criança e do adolescente, conselhos tutelares, delegacias de polícia, Ministério Público (promotorias da infância e da juventude), Judiciário (varas da infância e da juventude), entre outros órgãos que atuam na defesa do cumprimento à lei.
Especialistas ouvidos por escola
Agnes Mussliner, promotora de Justiça da 9a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude do Rio de Janeiro; Artur Motta, coordenador do Colégio São Vicente, do Rio de Janeiro; Eduardo Vianna Jr., diretor do Colégio Sedes Sapientae, de Santos (SP); Flávia Furtado Tamanini Pereira, subcoordenadora do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Infância e Juventude do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro; Iracilda Pereira Canha, presidente da Associação dos Conselhos Tutelares do Estado de São Paulo; Josué Rios, advogado especialista em Direito do Consumidor; Laila Said Abdel Qader Shukair, vice-presidente da Associação Brasileira de Magistrados e Promotores de Justiça da Infância e da Juventude; Lauro Luiz Gomes Ribeiro, promotor de Justiça do Grupo de Atuação Especial de Proteção às Pessoas Portadoras de Deficiência do Ministério Público de São Paulo; Nina Silva, assistente social e coordenadora de projetos da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência; Raquel Namo Cury, assessora pedagógica da Fundação Victor Civita; e Teresinha Sarteschi Rafael Pinto, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de São Paulo.
Quer saber mais?
Associação Comunidade de Mãos Dadas, Av. Ana Costa, 255, 1o andar, 11060-001, Santos, SP, tel. (13) 3222-5002, e-mail: acmd@acmd.org.br, internet: http://www.acmd.org.br/
Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e à Adolescência, R. Fonseca Teles, 121, 2º andar, 20940-200, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2589-5656, e-mail: abrapia@openlink.com.br, internet: http://www.abrapia.org.br/
Associação de Educação Católica do Rio de Janeiro, R. Evaristo da Veiga, 16, sala 702, 20031-040, Rio de Janeiro, RJ, tel. (21) 2240-1383, e-mail: arturcmotta@uol.com.br
Internet
Em www.planalto.gov.br/ccivil_03/Leis/L8069.htm você encontra o texto integral da Lei 8.069, o Estatuto da Criança e do Adolescente.
Confira no site da Fundação Abrinq www.fundabrinq.org.br/index.php?pg=legislacao um quadro que mostra as principais mudanças trazidas pelo ECA em relação ao Código de Menores.
(Publicado por Ismeni Lima de Moura)
(Publicado por Ismeni Lima de Moura)
RESPONDENDO...
Como se dá a relação do Orientador Educacional com a direção da escola?
Reposta : Ismeni Lima de Moura
A relação deverá ser a mais estreita possível, todo o desenvolvimento do trabalho do Orientador deverá ser compartilhado pelo gestor desde o planejamento que deverá estar integrado ao Projeto Político Pedagógico da Escola, até o desenvolvimento de todas as ações, desenvolvidas no cotidiano escolar. O diretor deverá compreender a intencionalidade de toda ação proposta e desenvolvida pelo Orientador, e para que isto aconteça, cabe ao Orientador Educacional desenvolver um trabalho com objetivos claros e metas específicas, respaldada no contexto social, político e cultural que a “vida” da escola está inserida. O Orientador deve perceber na figura do diretor aquele que deverá canalizar o que é de mais importante para o sucesso da escola, portanto se o mesmo não vê a Orientação como uma “ferramenta” indispensável na grande engranzagem chamada educação, conseqüentemente, não mobilizará esforços suficientes e adequados para proporcionar condições para a solidificação efetiva da Orientação Educacional. Neste contexto o Orientador deverá sempre estar apresentando a intencionalidade de cada ação, a qual deverá estar munida de uma boa fundamentação e de argumentos convincentes. O Orientador não poderá esquecer-se de compartilhar com muita propriedade com o gestor o resultado do seu trabalho. Acredito que mediante um trabalho compartilhado, embasado e fundamentado nos objetivos da escola, resultará em credibilidade, e conseqüentemente numa relação de cumplicidade, relação esta que a escola sairá ganhando, pois um trabalhado articulado é fortalecido e uma vez fortalecido terá maiores condições de superar os obstáculos e desafios encontrados.
E a relação com a família, quais estratégias são adotadas para que esse feedback tenha êxito?
A integração família/ comunidade/escola é uma responsabilidade de todos, e não apenas do Orientador, só através de um planejamento e de um currículo integrado e coeso onde se divide responsabilidade em prol de um só objetivo é que será possível alcançar êxito no que se diz respeito a relação com a família. A escola deverá ter uma política bem fundamentada de integração, onde todos falem a mesma linguagem, não adianta falar em integração sem que haja espaço efetivo para que esta integração ocorra de fato. Quanto à mediação entre orientador e pais, o orientador deverá sempre orientar aos pais a melhor maneira de mediar conflitos nas diferentes fases da criança e do adolescente. Pois muitas vezes os pais escolhem os piores caminhos por não conhecer qual o melhor.
Você poderia relatar um momento marcante na sua atuação como Orientador Educacional?
Na verdade tive vários, mas teve um que ficou muito vivo em minha memória e em meu coração, um determinado aluno estava tão revoltado com a vida, que fabricou uma bomba caseira e ameaçava a escola constantemente com telefonemas não identificados fazendo ameaças. Descobrir quem era o aluno quando ele entrou na minha sala pela primeira vez mais parecia um zumbi não parecia estar vivo, de tão detonada que a sua vida estava.
A escola cobrava o uniforme (camiseta) ele não tinha comprado ainda e como passava por tantas dificuldades, todo o dinheiro que conseguia, fazendo bico, o uniforme nunca era prioridade. Dei lhe o dinheiro emprestado para comprar a camiseta, poderia ter lhe dado, no entanto quis mostrar que confiava nele, quis que ele percebesse que eu enxergava aquilo que ele já não conseguia mais enxergar em se mesmo, dignidade. Naquele dia decidir ouvi-lo, e disse que acreditava nele. Poucos dias depois este rapaz entrou na minha sala, irreconhecível, não parecia mais a mesma pessoa. Estava limpo, bem vestido, e com um grande sorriso disse: “professora vim pagar à senhora o dinheiro que me emprestou, e lhe agradecer, percebi que havia esperança para mim e fiz algumas reconciliações na minha vida, me reconciliei com Deus e comigo mesmo, muita obrigada aqui está o seu dinheiro. Eu vou embora arrumei um emprego numa firma, tenho que optar em trabalhar ou estudar, e no momento cabe a mim optar em trabalhar , um dia poderei estudar. Eu disse emocionada que poderia ficar com o dinheiro que a camiseta era um presente, más ele disse, por favor aceite, eu me sinto muito bem , em devolver este dinheiro para a senhora.
Já se passaram aproximadamente 10 anos, mas aquele sorriso, aquele olhar continua limpo e nítido no cofre das minhas lembranças.
O ORIENTADOR EDUCACIONAL E SEU PAPEL ATUAL.
(Texto adaptado do livro: “A Prática dos Orientadores Educacionais”, de Mirian P.S Zippin um)
A dimensão atual caminha para a construção de uma nova prática da Orientação Educacional, um novo fazer do Orientador, alicerçado na interação entre todos os envolvidos no processo educacional e no currículo da escola. Observamos sua atuação hoje de forma clara e transparente nos novos paradigmas das Ciências Humanas, voltados para as exigências e novas necessidades do mundo moderno. Sob a influência de novas abordagens educacionais podemos traçar um novo paradigma para a Orientação Educacional, não mais alicerçado no perfil de ajuda ao aluno em uma dimensão psicológica, mas sim de colaborar com esse mesmo aluno na sua formação de cidadania.
Ao longo da história o Orientador teve papéis diferenciados sob a postura de Orientador, mas na verdade o que predominava eram os papéis de psicólogo, de conselheiro, coordenador disciplinar e escolar. A história da Orientação Educacional nos mostra que pertence ao seu passado o conceito de uma orientação terapêutica ou psicologizante. Hoje o cerne da questão não é mais o ajustamento do aluno à escola, família ou sociedade e sim a formação do educando para uma participação mais consciente no mundo em que vive.
A Orientação Educacional no contexto atual busca maior aproximação com o Projeto Político Pedagógico da escola e pretende contribuir satisfatoriamente, não mais para atender “alunos problemas”, mas para discutir, junto com todos os alunos, professores e demais profissionais da educação, as dificuldades vivenciadas e as soluções possíveis a serem atingidas, ou seja, o orientador atuará dentro de uma perspectiva contextualizada, pois diante das mudanças ocorridas a figura do orientador não está mais só vinculada ao Serviço de Orientação Educacional - SOE e sim a toda a Unidade de Ensino.
Ressalta-se ainda, que a interação entre os indivíduos desempenha um papel importante na “construção” do ser humano, esta interação deve ser considerada e desenvolvida no projeto pedagógico da escola. Para que isto ocorra, a escola necessita entender a sua lógica interna de organização e funcionamento, sua relação com as demais instituições, seu condicionamento e instrumentos de ação assim como o desenvolvimento de sua proposta de trabalho.
A orientação era caracterizada sempre como um processo, uma ação, um método, um trabalho cujos objetivos diretos eram apresentados como: o aluno e sua personalidade, o aluno e seus problemas, o aluno e suas opções, e cujos objetivos indiretos diziam respeito ao desenvolvimento das potencialidades á auto-realização nas esferas familiar, pessoal escolar e social, a resolução dos problemas e ajustamentos dos alunos; a orientação hoje assume uma posição mais critica que coteja os seus objetivos com aqueles da educação critica e consciente do que se deseja alcançar. É necessário juntar aos demais profissionais da educação e, dentro das especificidades, favorecer as relações entre o desenvolvimento e o aprendizado entre o desenvolvimento e seu ambiente sócio cultural, pois a Orientação Educacional não tem o papel de padronizar os alunos nos paradigmas escolhidos como disciplinados ou responsáveis, pois o importante é a singularidade dentro da pluralidade, do coletivo, e que o próprio aluno tenha condições de conquistar sua autonomia intelectual e emocional.
Partindo de uma orientação voltada para a individualização chegou-se a uma orientação coletiva e participativa, com dimensões mais pedagógicas, onde todos têm que estar comprometidos com a formação do cidadão, e este também é o papel do Orientador Educacional. As temáticas voltadas para a auto-estima, auto-imagem, cidadania, relacionamento inter e intrapessoal, projeto de vida, família, orientação profissional dentre outras continuam como questões básicas da prática do Orientador; só que devem ser desenvolvidas e trabalhadas coletivamente com os todos os alunos em uma realidade mais concreta, objetiva e interdisciplinar.
A orientação educacional não integrará mais aos planejamentos pedagógicos das escolas de forma desvinculada ou reducionista, mas de forma integrada e coesa; todas as ações da escola em especial seu currículo tem que estar com seus objetivos integrados. Nesta linha o trabalho do orientador tem uma conotação de pluralidade dos objetivos, que envolve, alem dos aspectos pessoais do aluno, mas também aos aspectos políticos e sociais do cidadão. Portanto a orientação Educacional por certo procurará compreender e ajudar o aluno inserido no seu próprio contexto, sua cultura e seus próprios valores.
É necessário estar preparado para o desafio deste novo século, associando a reflexão a uma atitude de busca constante de ação e solução coletiva para as questões do dia a dia da escola e da vida na sociedade. Sabe-se que não é fácil a efetivação desta proposta, ela é mais abrangente, não se fecha em técnicas objetivas e precisas. Nesta proposta destaca a interdisciplinaridade, a intersubjetividade e o dialogo. O aluno, que é o centro de atenção do Orientador Educacional, merece que este profissional tenha uma prática realmente comprometida com sua formação de cidadão. Para isso é importante o envolvimento efetivo de todos os profissionais da educação e que se dê voz aos próprios alunos para que eles verdadeiramente participem ativamente como sujeito e não como meros telespectadores ou “coisas” no seu processo de formação, como afirma Backtin, só assim o serviço de Orientação Educacional de fato contribuirá para uma sociedade melhor.
ISMENI LIMA DE MOURA
Orientadora Educacional
A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL E A LITERATURA INFANTIL FRENTE A FORMÇÃO DE VALORES .
A concepção mecanicista do mundo é a responsável, em grande parte, pela construção de um universo de valores extremamente materialistas e pelo abandono dos valores humanos. A sociedade guiada por valores materialistas exerce um forte apelo e pressão para que o indivíduo alcance metas materiais na vida, pois, isto é visto como parâmetro de desenvolvimento. Esta acirrada e competitiva corrida pela e sobrevivência e metas materiais tão estimuladas pela sociedade capitalista tem proporcionado um grande avanço cientifico tecnológico na humanidade e um grande retrocesso no que tange aos valores humanos. Por sua vez, esse condicionamento cultural determina a criação de angústia, de necessidades artificiais, do sentimento de falta e contribui para o aumento da baixa auto-estima, a perda de valores humanos profundos e, finalmente, leva a criação das distorções do sentido da vida.
Dessa forma a escola necessita de uma nova atitude que aborde a importância de se aplicar o enfoque humanista para a formação de valores, pelo seu interesse no desenvolvimento integral da personalidade e sua grande importância na vida dos homens, frente aos problemas globais que têm afetado a humanidade. Neste sentido o Orientador Educacional tem muito a contribuir com a escola uma vez que sua visão e essencialmente humanista, visualiza o ser humano na sua totalidade e contribui para uma formação humanista. Ter consciência da importância desse olhar permite ao sujeito que está sendo formado a possibilidade de perceber-se como um indivíduo humanizado, capaz de operar mudanças em si mesmo, reinterpretando a realidade de forma crítica e intervindo no meio social no qual está inserido.
Nesse sentido, por formação humanista entende-se como o desenvolvimento do mundo interior do homem unido ao campo de conhecimento sobre a vida dele mesmo, da natureza e da sociedade, assim como uma ativa e multilateral inter-relação entre ambos.
A orientação humanista vê o ser que aprende como pessoa. O indivíduo passa a ser visto como um todo, não só no seu aspecto intelectual. Nesse enfoque a aprendizagem não se limita a um aumento de conhecimentos, ela influi nas escolhas e atitudes do aprendiz, não importando assim, a maior ou menor quantidade de conteúdos e informações adquiridos, mas sim o essencial que fundamente sua compreensão da realidade em que vive e queira transformá-la.
Na sociedade atual não cabe mais um modelo de educação focado somente no desenvolvimento profissional e na obtenção de instrumentação técnica, mas na promoção do desenvolvimento emocional, moral e espiritual. A esse respeito o físico Albert Einstein já tinha declarado: “É essencial que os estudantes adquiram o entendimento e o sentimento vivo pelos valores. Eles devem adquirir um sentido vivo da beleza e do bem moral (...).”
Partindo deste pressuposto é indispensável despertar no aluno a visão do mundo em que vivemos, mostrar seus problemas, discutir a realidade e dar a cada educando a oportunidade de falar, de debater os problemas de sua comunidade e de sua escola. Escola é, sobretudo, local de diálogo, de surgimento de dúvidas, de formação de idéias e de exercício pleno da cidadania.
Nossos educandos necessitam atualmente de uma educação integral e inovadora que não só informe e transmita, mas que forme e renove; que permita aos estudantes tomar consciência da realidade do seu tempo e do seu meio; que favoreça o florescimento da personalidade; que forme na autodisciplina, no respeito aos demais e na solidariedade social e internacional; que inspire a renovação e estimule a criatividade.
Diante desta concepção de educação, a literatura infantil é uma grande aliada da Orientação Educacional uma vez que segundo Gabriel Chalita as histórias nos permitem conhecer e criar mundos fantásticos, repletos dos seres mais extra-ordinários e das sensações mais diversas...Sem elas, a infância, a adolescência, a juventude e a maturidade estariam condenadas a ocupar um palco sombrio,triste,desprovido de atores verdadeiramente apaixonados Sem o passaporte mágico dessa narrativas,é difícil conceber viagens, aventuras,conquistas, temores, medos e receios imaginários fundamentais ao nosso desenvolvimento intelectual e emocional.
Para Augusto Cury um bom contador de histórias é insubstituível, e insuperável por qualquer técnica pedagógica, mesmo que use recursos da informática. Cury ainda diz: “Os mestres precisam dançar a valsa da educação com as duas pernas desengessadas, precisam ser contadores de histórias, romper a impessoalidade do conhecimento e cruzar, tanto quanto possível,suas histórias com a dos seus alunos.Contar histórias e experiências existências são excelentes maneiras de semear as idéias mais complexas.”
Fazendo uso de contos infantis o Orientador Educacional poderá contribuir de forma efetiva para o desenvolvimento de dois pilares da educação: “Aprender a Ser e Aprender a Conviver” atuando numa perspectiva coletiva interdisciplinar e contextualizando os diversos fatores que influenciam diretamente na formação da personalidade, fazendo uso da criatividade, do debate e da interação. A literatura infantil proporciona condições propicias de aprendizagem uma vez proporciona um clima de total liberdade, criatividade, colaboração, espontaneidade e empatia, portanto uma ferramenta indispensável na atuação do Orientador Educacional.
Sob esta premissa, a turma de Especialização em Gestão e Orientação Educacional (Paraíso do Tocantins) do IGEP- Instituto Genesis de Pós Graduação Lato sensu desenvolveu sugestões de atividades baseadas na literatura Infantil, atividades simples e ricas em conteúdos, descritas abaixo. Vale a pena dar uma conferida.
O desenvolvimento pleno do ser humano torna-se assim a chave do processo de aprendizagem na visão humanista. Isto que dizer que a aprendizagem é um processo pessoal, de caráter vivencial no centro da qual está a pessoa enquanto ser que pensa, sente e vive.
Segundo Sai Baba: “Quando há correção no coração, há beleza no caráter, quando há beleza no caráter, há harmonia no lar, quando há harmonia no lar, há ordem na nação, quando há ordem na nação há paz no mundo.”
Professora: Ismeni Lima de Moura
A LITERATURA INFANTIL NA FORMAÇÃO DE VALORES
Autora e Ilustradora: Cristina Von
Resenha: O livro aborda a historia de uma menina que nasceu muito bonita, talvez a mais bonita do mundo, tudo nela era perfeito: seus olhos, seus cabelos, seu nariz...
Por onde ela andava causava grande admiração pela sua beleza. Devido a este fato ela cresceu achando que podia ter tudo o quanto queria no seu tempo e na sua hora.
Era só ela ter um desejo e o desejo era satisfeito.
Quando não conseguia alguma coisa, ela gritava, chorava e esperneava até enlouquecer os que estavam á sua volta.
Mas o tempo foi passando e as pessoas se cansaram da menina bonita e ela foi ficando muito sozinha. Com o tempo, ela nem parecia tão bonita.
A menina bonita aprendeu com a solidão que para conquistar o coração das pessoas tinha que ser gentil e dividir as suas coisas.
Ela descobriu que não bastava ser bonita. Era preciso ser legal.
Proposta de Trabalho
Turma: 2º Ano e Educação Infantil
Objetivos:
• Proporcionar reflexão quanto a valores morais, éticos e sociais no convívio social, familiar e escolar.
• Discutir Padrões de beleza
Metodologia:
Contar a história para as crianças com ajuda de fantoches ou com figuras dos personagens, após este momento disponibilizar um caixa com as questões a serem problematizadas tendo em vista a formação de valores.
Cada aluno deve pegar um pedaço de papel, após leitura do mesmo inicia-se a discussão com a turma:
Tópicos a Serem Trabalhados nas Tirinhas:
O Orientador Educacional deverá escrever os questionamentos abaixo e pedir num sorteio para que cada aluno pegue uma tirinha e responda iniciando o debate do tema em questão.
Reflexão do Eu
• Você se identifica com uma princesa ou príncipe?
• Quando eu quero algo que não consigo tenho a seguinte reação...
• Quando quero muito alguma coisa a minha reação é...
Quanto ao Padrão de Beleza
O Padrão de Beleza é Variável e Muda de Acordo com o Meio
Pontos a Serem Refletidos:
• O que é ser bonito?
• Me acho bonito ou bonita?
• A beleza da Menina Bonita era apenas exterior, Como se percebe a beleza interior e qual a sua importância?
• Quais eram os padrões de beleza para os personagens do livro?
A Arte de Compartilhar
• Gosto de dividir as minhas coisas?
• Porque tem pessoas que não gosta de dividir?
• Como devo me relacionar com as pessoas que não gosta de dividir?
• O que fazer para conviver bem com as pessoas?
Ser Legal
• O que é ser legal?
• Eu sou legal?
• Conheço alguém legal! essa pessoa é assim...
Feedback
Neste bate papo:
• O que aprendi...
• O que vou levar para minha vida...
Acadêmicos: Amanda Emilene Arruda Azevedo_ ( Com formação em Pedagogia)
Cicinato de Souza Luz ( Com formação em Contabilidade)
Juliana Gomes de Lima ( Com formação em Pedagogia)
Nátalia Poliana Caldeira da Silva (Com formação em Pedagogia)
Renata Santos Soares (Formada em Letras)
Autor e Ilustrador: Luiz Gesini
Resenha: O livro Achado não é Roubado fazendo uso apenas da linguagem visual aborda a história de uma menina que ao andar pela rua encontra uma bola, e não vendo ninguém por perto á apanha para si, no entanto ela recorda os valores ensinados pela sua mãe, partindo desta reflexão a criança resolve deixar a bola no chão novamente, momento este em que passa um garoto e pega à bola, deixando a menina aborrecida, pois sente burra por não ter pegado a bola.
No entanto descobre que o menino não pegou a bola para si, e sim para o verdadeiro dono, o qual agradece a menina presenteando-a com uma flor, flor esta que a menina leva para sua mãe. No final a menina fica feliz em ter feita a opção correta, ou seja, não pegar nada que não seja seu conforme a sua mamãe tinha ensinado.
Objetivos a Serem Alcançados:
• Conscientizar sobre a importância dos valores como: honestidade, respeito e consciência do que é considerado certo ou errado.
• Desenvolver a capacidade de se expressar com criatividade de forma oral e escrita
Atividades a Serem Desenvolvidas
• Dramatização da história (teatro mudo); objetivando trabalhar a expressão corporal, comunicação gestual, integração, coletividade, criatividade.
Socialização Discussão do tema abordado: Direcionar os seguintes questionamentos as crianças:
Material Utilizado: Uma bola
Musica Infantil
DESENVOLVIMENTO:
Ao som de uma música as crianças deverão sentar em circulo. Enquanto a musica estiver tocando, a bola deverá passar de mão em mão, quando a musica parar, o Orientador deverá fazer uma pergunta para quem estiver com a bola na mão. Em contrapartida se a criança que respondeu a pergunta quiser fazer uma outra pergunta a qualquer pessoa do grupo poderá ser feita, então recomeça todo o processo.
Questionamentos a Serem Debatidos.
• Quando eu encontro alguma coisa que não me pertence o que faço?
• Já pedir algum brinquedo? O que sentir?
• Algum coleguinha devolveu algo que já pedir?
• Achado não é roubado?
Produção Textual
• Escrita da história dramatizada, objetivando o bom desempenho da escrita, criatividade e incentivo a imaginação,
Feedback
• O que aprendi com esta história...
• O que vou levar para a minha vida...
Acadêmicos: Leandro Alves Maia - Com Formação em Matemática
Rosilene Gonçalves - Normal Superior e Enfermagem
Rouse Angélica Aires de Freitas – Com Formação em letras
Márcia Eurípedes - Com Formação em Pedagogia
Autora: Shirley Souza
Resenha: Eu Quero! Eu Quero! Conta a historia de uma menina chamada Júlia, que queria tudo e para ver os seus desejos realizados gritava e esperneava, quando ia ao mercado com a sua mãe, ela sempre queria uma porção de coisas diferentes... E se a mãe dizia um não à menininha fazia o maior escândalo, deixando todo mundo morrendo de vergonha.
No entanto um dia a Julia saiu com seus pais para comprar um presente para um coleguinha, comprou um montão de canetas e papéis coloridos uma vez que seu amiguinho adorava desenhar, na volta para casa a Julia quis abrir o presente do amiginho, foi quando o papai ficou muito bravo, e a Julia como sempre fez aquele escândalo, repetindo sua frase predileta: Eu quero! Eu quero! Foi nessa hora em que a Julia viu pela janela do carro, um menininho desenhando no chão com um galho, ela parou de chorar e perguntou para os seus pais o motivo dele estar sozinho, e porque estava desenhando no chão, quando o papai respondeu que ele não tinha papel e lápis e talvez nem tivesse papai e mamãe para comprar, a Julia resolveu então dar o presente do Leandro para o menininho, e dar seu jogo de massinha para o Leandro, afinal de contas descobriu que ela tinha muitas coisas e tinha o mais importante: O papai, a mamãe, e a vovó que valia mais do que tudo no mundo.
Objetivos a Serem Alcançados com a Utilização do Livro:
• Despertar na criança o sentimento de valorização da família e solidariedade ao próximo;
• Diferenciar o Ter e o Ser;
DESENVOLVIMENTO:
O livrinho Eu quero! Eu quero! Poderá ser ricamente utilizado tanto para trabalhar com os alunos quanto com os pais.
Foco: Alunos
Roda de leitura
• Após organizar as crianças em circulo, o Orientador deverá contar a historinha; “Eu quero! Eu quero!” em seguida colocará no centro uma caixa com varias gravuras de brinquedos, jogos, tênis, roupas, sapatos, guloseimas, livros, gravuras de pessoas ajudando o próximo, cuidado do meio ambiente, crianças compartilhando e etc...
• Pedir para que cada criança pegue uma gravura de algo que queira muito e explique o porquê.
Após este momento o Orientador deverá fazer os seguintes questionamentos:
• Por que queremos alguns objetos, brinquedo, roupas, comidas?
• Por que nem sempre é possível ter tudo o que queremos?
• Será se as pessoas que tem seus desejos realizados quando quer algo, são felizes?
• Para sermos felizes devemos ter tudo o que queremos?
O Orientador deverá instigar as crianças participarem fazendo perguntas e a debater o tema em questão. Dependendo da idade dos alunos poderá ser feito um debate, entre o Ter e o Ser frente à sociedade.
Feedback
• O que aprendi com este bate papo...
• O que vou levar para a minha vida...
Foco: Pais
• Apresentação da história em slides.
• Trabalhar as fases e desenvolvimento da criança.
Troca de Experiência:
Colocar frase em tirinhas e sortear ente os pais que deverão responder os devidos questionamentos:
• Como você vê seu filho frente ao consumismo tão incentivado e propagado pela mídia?
• Como dizer não para o meu filho?
• Como estabelecer limites?
• Quando não posso dar ao meu filho algo que ele queira muito como me sinto?
• Quando criança tinha os meus desejos satisfeitos?
• Quero suprir ao meu filho aquilo que não tinha quando criança?
Feedback
• O que aprendi com este bate papo.
• O que vou levar para a minha vida...
Acadêmicos: Lara Martins Perreira Mendonça – Normalista Especial
Paulo César de Souza Patrício – Pedagogo
Deusina Nonato Lima Gonçalves – Normalista
Cleiton Martins Campos - Pedagogo
Abril/2011
ismenimoura@seduc.to.gov.br
A Orientação Educacional é o processo que orienta, assiste e coordena a ação dos elementos significativos da escola, família e comunidade, com relação aos aspectos afetivo-emocionais dos alunos, com vistas a promover o atendimento de suas necessidades de desenvolvimento como pessoa, de forma equilibrada.
A Orientação Educacional tem como objetivo principal oportunizar ao educando o seu desenvolvimento pleno, por meio de ações planejadas, dinâmicas, contínuas, sistematizadas e contextualizadas aos diversos elementos que exercem influência em sua formação: intelectual, físico, social, moral, emocional, estético, político, educacional e vocacional, estando integrada ao currículo pleno da escola. Sua linha de atuação está fundamentada na LDB 9.394/96, em seu Art. 2º que traz o seguinte texto: “A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Sob esta premissa, compete a Orientação Educacional orientar o educando na tomada de consciência sobre seus valores, potencialidades e dificuldades, dando-lhes oportunidade de auto avaliar-se, contribuindo para compreensão de suas atitudes, interesses, habilidades, grau de maturidade física, mental e social, para que tenha condições de fazer escolhas mais adequadas e apropriadas, bem como a convivência intra e interpessoal, assumindo responsabilidades para uma vida mais produtiva.
Ao buscarmos o conceito etimológico de Educação, encontraremos explicitamente os objetivos da Orientação. Uma vez que nos vocábulos latinos educare temos o guiar, nortear, orientar o indivíduo, e em educere, o buscar potencialidades do individuo no sentido de fazê-las vir de dentro para fora. Nesse sentido identificamos uma íntima relação da Orientação com a educação como um todo.
A Orientação tem um papel preponderante em tal construção, ajudando o aluno a se ver, ver o outro e ver o mundo, através de olhares múltiplos do conhecimento, da afetividade e do próprio sentido da vida.
Diante de uma sociedade marcada pela violência, e de uma escola que às vezes acaba também refletindo violência uma vez que é formada por agentes sociais, o Orientador Educacional tem muito a contribuir com a dinâmica escolar, uma vez que sua visão essencialmente humanista visualiza o ser humano na sua totalidade. Ter consciência da importância desse olhar permite ao sujeito, que está sendo formado, a possibilidade de perceber-se como um indivíduo humanizado, capaz de operar mudanças em si mesmo, reinterpretando a realidade de forma crítica e intervindo de forma adequada no meio social no qual está inserido.
Integrada com a Direção, Coordenação Pedagógica e Docentes, a Orientação Educacional deverá ser um processo cooperativo em busca da humanização do Currículo Pleno da escola, uma vez que não podemos falar em educação para valores humanos, numa perspectiva escolar sem um currículo humanizado e reduzido a técnicas conteúdistas.
Partindo deste pressuposto busca-se despertar no aluno a visão do mundo em que vivemos, mostrar seus problemas, discutir a realidade e dar a cada educando a oportunidade de falar, de debater os problemas de sua comunidade e de sua escola. Nesse sentido a escola deve ser, sobretudo um local de diálogo, de surgimento de dúvidas, de formação de idéias e de exercício pleno da cidadania.
A Orientação Educacional busca o desenvolvimento de uma educação inovadora que não só informe e transmita, mas que forme e renove; que permita aos estudantes tomar consciência da realidade do seu tempo e do seu meio; que favoreça o florescimento da personalidade; que forme na autodisciplina, no respeito aos demais e na solidariedade social e que inspire a renovação e estimule a criatividade. Para esse fim o Orientador abordará mediante uma ação problematizadora, contextualizada, coletiva e interdisciplinar temas como: Identidade, Autoestima, Auto-conceito, Auto-confiança, Visão destemida do futuro, Querer-ser, Projeto de vida , Sentido de vida, Autodeterminação , Resiliência, Auto-realização, Plenitude humana, numa perspectiva preventiva, que podem ser potencializadores de futuros conflitos. Para tanto, o Orientador Educacional deverá integrar as suas metas e ações ao planejamento do professor, bem como poderá problematizar as temáticas mediante sessões coletivas, rodas de conversas e debates em sala de aulas. Como também poderá fazer uso de filmes, fábulas, leitura de textos, depoimentos da comunidade, no sentido de enriquecer seu trabalho.
Devendo também discutir gestão de conflitos do dia a dia, os chamados conteúdos atitudinais. Nesses encontros, são tratados os problemas que interferem na aprendizagem do grupo e colocam em risco a qualidade da convivência. As brigas do intervalo, o descuido com os espaços coletivos e o desrespeito entre os alunos são alguns dos assuntos que devem ser inseridos nessas discussões.
A escola atual necessita de nova atitude, diante de uma nova sociedade, sociedade esta, onde evidencia um acentuado avanço tecnológico e um grande retrocesso no que se refere aos valores humanos.
Na sociedade atual não cabe mais um modelo de educação focado somente no desenvolvimento profissional e na obtenção de instrumentação técnica, mas na promoção do desenvolvimento emocional, moral e espiritual. A esse respeito o físico Albert Einstein já tinha declarado: “É essencial que os estudantes adquiram o entendimento e o sentimento vivo pelos valores. Eles devem adquirir um sentido vivo da beleza e do bem moral (...).” Neste sentido O Orientador Educacional se torna um profissional indispensável na dinâmica escolar, uma vez que seu trabalho quando efetivo contribui para uma sociedade, onde cada pessoa harmônica na sua individualidade contribuirá para a harmonia social.
Em relação ao aluno:
- Orientação vocacional;
- Orientação emocional (inteligência emocional);
- Orientação social (inteligência social);
- Orientação escolar (sucesso escolar);
- Orientação sexual;
- Formação de valores
Em relação à escola:
- Mediação entre aluno e profissionais da escola;
- Inserção de objetivos de formação integral no currículo e ações educacionais;
- Atuação em conselhos escolares;
- Consultoria e apoio a professores sobre questões de natureza pessoal dos alunos (emoções, integração social, hábitos de estudo, etc.
Em relação à família:
- Contribuir com a integração entre família e escola;
- Elevação de expectativas educacionais das famílias sobre o futuro educacional dos filhos;
- Orientação para compreensão dos filhos como pessoas.
(SAI BABS, 1999, p.3)
Palavras-chave: Orientação, Valores, Currículo, Problematização, Contextualização.
REFERENCIAS:
LÜCK, Heloísa. CEDHAP, 2006
BRASIL,LDB 93.94/96
GRINSPUN, Mirian P.S.Conflitos e Paradgmas
04 DE DEZEMBRO DIA DIA DO ORIENTADOR EDUCACIONAL
Por Ismeni Lima de Moura
A palavra orientar nos remete uma conotação de dirigir, guiar, encaminhar, nortear, palavras estas que confronta com uma sociedade que muitas vezes parece não saber o caminho a ser percorrido, onde o bem e mal até então palavras antagônicas se tornam confusas diante de pessoas confusas em relação às próprias vidas.
Nunca foi tão urgente a necessidade de direção e de reencontro; falo do reencontro consigo mesmo! De saber de fato o que é importante, o que vale a pena; saber diferenciar o que faz parte da essência individual, de valores que são enfiados “goela abaixo” e são engolidos como parte da comida pessoal, mas que na verdade não é o mais apreciado no cardápio.
Ser diferente até então sinônimo de exclusividade, ou até mesmo de originalidade, hoje está fora daquilo que a sociedade padroniza como aceito e apreciável, as pessoas tem se tornado muitas parecidas; em relação às roupas que usam, o carro que anda, os moveis das suas casas, o corte de cabelo, e o que é pior em relação ao caráter e a personalidade, pois ser correto pode se tornar sinônimo de ingenuidade e ninguém que ser taxado de ingênuo.
Diante desta crise existencial que vive a sociedade, vejo o ORIENTADOR EDUCACIONAL como um dos mais importantes profissionais, pois uma vez que este profissional exteriorize sua função nas vidas daqueles que necessitam de reencontro pessoal, certamente será uma importantíssima mola na grande engrenagem da vida daqueles que tem sede de direção na sua mais pura expressão.
A educação na sua totalidade é muito mais do que aprender números e regras gramaticais, pois como diz Rubéns Alves, “sem a educação da sensibilidade, todas as habilidades são tolas e sem sentido”, Rubéns Alves diz ainda que o conhecimento nos dão meio para viver e a sabedoria nos dá razões para viver.E é exatamente disto que precisamos razão, norte, metas, intencionalidade, direcionamento, pois quem não sabe onde quer chegar qualquer caminho serve.
É indispensável que haja no cenário educacional um importante espaço para que se discuta sobre vida na sua proposta curricular, e o Orientador tem um peso e uma importância muito grande neste processo de humanização. Pois não podemos dizer que há educação sem humanização, só mediante um currículo verdadeiramente humanizado que proporcionaremos condições para que se forme uma sociedade de fato humanizada. Uma sociedade humanizada é formada de pessoas que tenha uma relação de amor e de respeito consigo mesmo.
Mediante o exposto parabenizo a todos os Orientadores pela linda e importante escolha que um dia fizeram em ser Orientador Educacional, que a sua vida seja sempre como um farol para aqueles que buscam luz e direção, que Jesus o nosso mais perfeito orientador esteja a cada dia nos ensinando a ser como ele mesmo disse o sal da terra, ou seja, que tenhamos sabor, tempero, nos tornando essências na vida um dos outros, e que sejamos luz que não deve ficar escondida, mas no lugar certo no velador, para que todos que estejam no ambiente sejam beneficiados pela vida que dela emana.
PARABÉNS PELO DIA DO ORIENTADOR! Mas principalmente por permitir ser um instrumento de paz e amor na vida de todos que são beneficiados pelo seu trabalho e pela pessoa que você é. Na certeza de que uma vez que as pessoas que nos cercam sejam amadas e respeitadas, saberão amar e respeitar, sendo a nossa sociedade a grande beneficiada e assim contribuiremos de maneira efetiva para a formação de uma sociedade de fato mais fraterna.
Ismeni Lima de Moura Orientadora Educacional – SEDUC;
UM NOVO FAZER DA ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL
(Texto baseado no livro: “A prática dos Orientadores Educacionais” de Miriam P. S. Zippin Grinspun.)
A orientação educacional hoje caminha para a construção de uma nova prática, um novo olhar, um novo fazer do orientador que está mais comprometido técnico e politicamente as exigências e novas necessidades do mundo moderno. A atuação do orientador hoje se encontra clara nos novos paradigmas das ciências humanas; portanto se faz necessário desenvolvermos uma nova abordagem de orientação educacional, que tenha como objetivo a formação de um cidadão comprometido com o seu tempo e com seu meio.
Hoje a orientação está estreitamente associada a outros fatores e não apenas voltada para o acompanhamento de alunos com problemas. O orientador educacional deverá participar de uma ação educacional coletiva, de forma consciente, autônoma, planejada, direcionada e comprometida com uma ação pedagógica competente e significativa para os objetivos propostos no projeto pedagógico da escola.
As mudanças foram ocorrendo e hoje a figura do orientador não é mais vista como uma ação em estanque e sim vinculada a toda escola, precisamos nos juntar aos demais profissionais da educação, em especial aos professores, para que dentro das nossas especificidades, possamos promover as relações entre o desenvolvimento , o aprendizado e o seu ambiente sócio-cultural uma vez que o olhar do orientador possibilita uma prática pedagógica integrada e próxima do educando. Portanto o orientador educacional não desenvolverá mais seu planejamento de forma desvinculada ou reducionista, uma vez que não se faz educação isoladamente, e sim com a colaboração mutua de uma equipe que juntos buscam melhoria da qualidade de ensino.
A prática do orientador educacional deve ser vista como um processo ativo e dinâmico no processo ensino aprendizagem, quanto mediador de saberes, conhecimentos, comunicação e interações. Hoje é notório o sucesso da atuação do orientador que desenvolve sua prática numa perspectiva interdisciplinar, através de projetos em parceria com a equipe pedagógica e professores, as vantagens são várias; fortalece a parceria Professor e Orientador, atinge um maior número de alunos, favorece a integração Orientador e Aluno, Aluno e Aluno, valoriza os conhecimentos dos alunos, favorece o diálogo, o debate, a troca de conhecimentos, desmistifica a visão ainda presente de que o trabalho do orientador consiste somente em atender alunos “problemas”, diminui conseqüentemente os atendimentos individuais, uma vez que estará trabalhando de forma coletiva, crítica e preventiva, e o mais importante, sua prática estará integrada ao currículo pleno da escola.
O orientador tem que esta bem consciente que a orientação hoje não envolve apenas aspectos pessoais do aluno e sim os aspectos políticos e sociais do cidadão. Partimos de uma orientação voltada para a individualização e chegamos a uma orientação coletiva e participativa. Pretende-se trabalhar com o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania, trabalhando a subjetividade e a inter-subjetividade obtida através do diálogo nas relações estabelecidas como afirma Nilda Tevês Ferreira (1993).
A Orientação Educacional deve esta estreitamente vinculada a dimensão pedagógica, de forma contextualizada, e portanto, envolvida com o cotidiano da escola, da equipe pedagógica, dos professores, dos seus alunos e suas representações. As temáticas que envolvem auto-estima, auto-conceito, auto-imagem, cidadania e projeto de vida, continuam como características principais da atuação do orientador, só que as mesmas serão desenvolvidas e trabalhadas junto aos alunos e professores de forma coletiva e interdisciplinar, em uma abordagem mais direcionada, planejada, concreta, abrangente e objetiva.
Infelizmente ainda é presente em algumas escolas aquele orientador que é mais visto dentro de uma sala atendendo alunos que apresentam comportamentos inadequados, sabemos que em alguns casos é impossível não atender individualmente alguns alunos, mas daí permitir que sua atuação seja caracterizada por este tipo de abordagem não é interessante para a escola, para os alunos e nem para a orientação educacional. O orientador pode esta usando vários meios para que sua prática seja direcionada para o coletivo, como sessões coletivas, reuniões, encontros, oficinas, eventos, grupos de teatros, danças e etc., acima de tudo como já foi dito engajar sua prática na proposta curricular da escola, através dos projetos interdisciplinares, efetivando desta forma uma proposta pedagógica contextualizada e transformadora fortalecendo assim a identidade do Orientador Educacional, que algumas vezes chegou a ser visto fora da esfera pedagógica ao longo da história.
É por acreditar que o orientador é uma “peça” fundamental no processo de ensino e aprendizagem é o que mesmo não pode omitir de ser um protagonista presente e ativo, sendo assim, é certo que estaremos caminhando em prol de uma educação, qualitativa e conseqüentemente uma sociedade mais justa democrática e humana.
Ismeni Lima de Moura
Orientadora Educacional/SEDUC
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